Saturday, December 2, 2006

Não ser estúpido vs. ser inteligente

Uma discussão leva a outra, e as coisas vão-se embrenhando, nomeadamente no campo do burro/estúpido, o que chega a ser bastante frequente nos dias que correm. Assim, enquanto M afirmava que o amigo Luís (chamemos-lhe Luich - nome fictício, a fim de proteger a identidade do visado) era inteligente, por não ser estúpido, declarando simultaneamente que o amigo Gamelas (chamemos-lhe Gamelixas, pelos mesmos motivos) era completamente estúpido, B refutava com a contraprova de que não ser estúpido não significa necessariamente ser inteligente.
Atentemos no seguinte acontecimento.
Uma pessoa normal recebe um SMS dizendo "Macbeth, macbeth, macbeth", à qual responde com "Macdonalds e Macdrive são os que conheço". Podemos classificá-la como moderadamente burro ou simplesmete idiótico? A resposta é facil quando se vê o resto da conversa por SMS. Seguidamente, "Gamelixas" (que, mais uma vez, nao é o seu nome) recebe um SMS explicando que Macbeth é um peixe da América do Sul, e decide responder, com toda a segurança, "ah, isso foi um gajo na rua a quem deram um papel."

Somos só nós, ou este gajo é um bronco? Parece que nunca descobriremos.
(note-se aqui, pela primeira vez, a nossa teoria de que os burros vão todos para engenharia informática. Falaremos disto mais tarde...)
Desafiamo-vos a pensarem no assunto inteligente/burro/bronco...

No entanto, para tirar quaisquer dúvidas, temos o exemplo de "Luich". Luich já recebeu vários telefonemas de duas pessoas. As duas mesmas pessoas. Trinta vezes consecutivas. Claramente com vozes diferentes, assumindo identidades diferentes ou idênticas, com nomes variados e sotaques de toda a variedade, sempre telefonemas anónimos. No entanto, Luich ainda não percebeu que as sessenta pessoas que tornam o seu dia a dia tão alegre, e que o fazem sentir tão desejado, seja a senhora do chinês, a amiga da amiga, a Marianach ou a Tatiana com voz de homem, são sempre a mesma pessoa. Sempre à sexta-feira à noite por volta da uma e meia da manhã. Poderíamos, precipitadamente, como é óbvio, classificar Luich como idiota chapado. Seria um erro. Luich pode estar apenas a tentar entrar na brincadeira, provando que é inteligente. Isto, sim, é um verdadeiro mistério.
MAS - há sempre um mas - Luich deita tudo a perder na seguinte cadeia de SMS:
«Olá linda. Como estás?»
«Não estou muito bem.»
«Ah não? Onde estás?»
«Estou em Trás-os-Montes, no saco-cama que cheira um bocado a mofo»
«Com quem?»
«Sozinha. Ah, não, pelos vistos com a minha tetra-avó que morreu há 40 anos»
«Deve doer dormir no chão. Não queres que te faça umas massagens?»
«Se conseguires passar por cima dos quistos, das bolas de sebo, das borbulhas e espinhas, estás à vontade»
«Ah. Vamos mudar de assunto. O que é que estás a fazer?»
«Estou a tentar meter a minha mão toda no nariz. Mas não cabe. Se calhar vou tentar com um tabuleiro de xadrez, que é mais aerodinâmico.»
...
note-se o desespero. As tentativas repetidas e forçadas de ter uma conversa sensual, frustradas umas trás das outras. Estupidez? Desespero? Burrice? Mas muita frustração.

1 comment:

Mais um said...

o tabuleiro de xadez aerodinamico é lindo.